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  • Foto do escritorLeonardo Brant

REVOLUÇÃO CRIATIVA

Olá criador, criativo, criatura! Você se sente torturado diariamente com os tuítes presidenciais? Não consegue se desconectar da agenda banal e da economia fraca? Está deprê, se entupindo de drogas, sites pornô ou material do WhatsApp? Este artigo é para você pular da janela!! 

>> O filme começa com imagens das mais novas e relevantes empresas criativas do mundo. Netflix, Facebook, Google,  Amazon... na sala de comando.


O cenário político e econômico atual abre uma fenda enorme para os criadores ocuparem um lugar de relevância, com enormes oportunidades de negócios. 


Segundo a UNCTAD, a Conferência das Nações Unidas para as Trocas (fiz uma livre tradução do inglês Trade) e o  Desenvolvimento, a economia criativa global contribui com 3% do PIB mundial, gerando mais de 30 milhões de postos de trabalho (jobs). 


Como é baseada na prioridade intelectual (PI), a economia criativa é injusta e concentradora, pois as marcas e patentes que se valem da PI são todas de países ricos. Não há nenhuma riqueza tão concentrada quanto essa. Mas a UNCTAD acredita que as indústrias criativas são um excelente caminho para países em desenvolvimento. 


O Brasil seria a exceção que confirmaria essa regra. Munido de uma extraordinária criatividade (sobretudo na música e no audiovisual) e de uma estrutura mercadológica globalizada, teria o potencial para extrapolar o mercado interno e se tornar uma potência mundial. Junto com a China, que investiu pesadamente na construção de seu capital intelectual, seria a catapulta para qualificar, ampliar e diversificar o fluxo do conteúdo e da informação. 


Mas como e por que o Brasil entraria nessa? Economia Criativa é uma estratégia de país, exige incentivo, regulação, pesquisa, fomento, cultura, educação. O nosso está há muito tempo investindo nos setores bancário, de tratores e agrotóxicos. Quem sabe voltemos a explorar o tabaco...


>> Corta. Vamos oferecer outra perspectiva!  


Estou me referindo à ideia de Classe Criativa, que teria a capacidade de fazer ascender formas mais colaborativas e sustentáveis de vida, oferecendo um interessante contrapeso à vida política e cotidiana. 


Essa expressão foi cunhada em uma interessante pesquisa do Richard Florida, que aponta a inversão de fluxo migratório. As empresas agora é que vão atrás de pessoas, localizadas em territórios que tenham em comum o triplo T: Educação (Talent), Diversidade (Tolerance) e Tecnologia instalada. Elas vão atrás de uma ambiente criativo capaz de lidar com a volatilidade dos mercados. 


Dentre as inúmeras conclusões que se pode tirar desse interessante livro, a que vale aqui ressaltar é a dimensão social e política intrínseca à atividade criativa, culturalmente mais crítica, participativa e incômoda em relação ao status quo. Segundo Florida, a eleição de Barack Obama nos EUA estaria intimamente ligada a esse fenômeno. 


Venho defendendo um lugar de dignidade para o criador há pelo menos duas décadas. Não é a indústria cultural nem o mercado tradicional, comandado e direcionado pelas grandes corporações. Nem o Governo (já que estamos muito longe de ter estruturas de Estado no campo da criação). É direto com as audiências! 


>> Na cena final, uma imagem de um rockstar se jogando para a plateia. We are the Champion! Nos próximos episódios vamos falar de mercados de nicho, da distribuição direta para as audiências e quanto isso tem a ver com a sobrevivência econômica e política da nossa espécie. 


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